O dia da vitória da Intolerância


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Para mim o dia 11 de setembro deveria ser instituído o “dia da vitória da Intolerância”. É o prêmio máximo para aqueles que querem estabelecer sua única verdade. Não importa as vidas que pagarão o preço para que a “verdade” prevaleça. Não importam a tristeza, a dor e a revolta que trarão às famílias enlutadas. Não importa saber que a intolerância é mãe da violência, geradora de mais ódio, discriminação, acepção de pessoas e outras coisas mais.

 

Os que decidiram derrubar os ícones principais dos EUA (WTC, símbolo do capitalismo; o pentágono, QG da inteligência e defesa americana e a Casa Branca, casa do presidente, ícone maior do poder dos EUA) não pensaram nas conseqüências que traria tanta violência. A reação dos EUA foi aumentar à carga ofensiva ao terror, culminando com mais mortes e mais violências e mostras de intolerância. É um ciclo que não tem fim. Ação gera reação e isso nunca acabará até que um lado resolva romper com o ódio e rancor e caminhe pela estrada da tolerância. Tolerância não significa se render à outra “verdade” , mas adotar a paciência, a sensibilidade e a compreensão com o que pensa diferente de mim. Mahatma Gandhi certa vez afirmou  «A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos.». A Palavra de Deus nos ensina em 1 Cor 13:12: “Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” . Esse mesmo capítulo da  Palavra nos fala acerca do amor e de que esse dom de Deus “Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;  Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;  Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Cor 13:5-7). Quando Pilatos perguntou “o que era a verdade” (Jô 18:38), não obteve resposta de Jesus, ainda que o Filho de Deus tivesse declarado a seus discípulos que Ele era “O caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14:6). A postura de Jesus causou forte impressão em Pilatos, a ponto do líder romano tentar livrá-lo da condenação a que estava sendo submetido. (Jo 19:10-12).

 

Carlos Pecotche-Raumsol, pensador e educador humanista, afirmou certa ocasião: «A intolerância fecha os caminhos da compreensão, ao mesmo tempo que os da sensibilidade, caminhos aos quais só têm acesso as almas que sabem da sua semelhança com as demais.».  Acredito, sinceramente, em um mundo melhor, com mentes capazes de compreenderem o outro, com maior sensibilidade, buscando cohabitar com seu semelhante, respeitando as diferenças mas nivelando-se na condição de seres humanos.